segunda-feira, 2 de março de 2009

Cores da Misericórdia

As Cores do Arco-Íris

A nossa missão irradia os raios da Divina Misericórdia como um arco-íris da Nova Aliança de Deus. Da mesma forma que a luz se decompõe nas diversificadas cores do Arco-Íris, sinal da Nova Aliança da Misericórdia de Deus entre o céu e a Terra (cf. Gn 9, 8-17), assim seu amor reluz nas diferentes obras de Misericórdia, materiais e espirituais, que somos chamados a realizar pela diversidade dos carismas (cf. IPd 4, 7-11; ICor 12, 4-11) com que o Espírito Santo nos capacita. Durante os primeiros anos de Movimento, o Senhor nos confirmou o sentido das cores do Arco-Íris. A criatividade do Amor no nosso carisma deve ser expressa nas várias modalidades da nossa entrega e do nosso anúncio. Somos chamados a manifestar a Misericórdia de Deus através do:

Vermelho – Servos da Misericórdia

O fim específico dos Servos da Misericórdia é o anúncio da Boa Nova (cf. Lc 7,22) aos mais pobres dos pobres (cf. Lc 6,20-22), fazendo com que nasça Jesus no meio deles, encarnando-se e tornando-se semelhante a eles (cf. Fl 2,6-11), para dar vida a Palavra que diz: “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14).
O mistério do “esvaziamento”, que começa no seio de Maria pelo sopro do Espírito, torna-se explícito em Belém e cumpre-se no Calvário, define a “inserção” dos servos, cujo ponto essencial está em Rm 5,5: “E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. A capacidade de amar, vibrar, deixar-se penetrar pela vida dos irmãos mais pobres jorra diretamente da Trindade. Cada gesto, palavra, olhar, há de ser carregado de amor humano e divino.
Ressoam com intensidade em seus corações as palavras “…pois tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber... estive nu e me vestistes”(cf. Mt 25,35-36). Não querem canonizar os pobres, sabem que freqüentemente uma vida de miséria é fruto do pecado e do vício, o maior desafio é que se tornem anawîm (cf. Sf 2,3), pobres de Iahweh conquistados pelo Amor de Deus.
O eixo de sua ação são os encontrados em favelas, cortiços, embaixo das pontes, cadeias, ruas, em qualquer lugar que esteja tirando a dignidade dos Filhos de Deus, a fim de proclamar a estes escravos de hoje a libertação.
“Aos pobres nós doamos a vida, mas deles nós também recebemos a nossa vida.”
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“Deus disse: que as águas que estão sob o céu se reunam num só lugar...e Deus viu que isso era bom” (Gn 1,9-10).
Por seis vezes a Palavra de Deus nos fala, no livro do Gênesis: “e Deus viu que isso era bom”, para expressar as maravilhas que Ele fez para o homem. Tudo na natureza tornou-se uma arte perene do dedo de Deus, o Artista dos artistas, que fez tudo bom, belo, maravilhoso, esplendoroso a Seus olhos, e nós não podemos deixar de admirar a arte dEle e Sua perfeição. O Artista dos artistas deu ao homem o anseio de ser artista para louvá-Lo.
Os Artistas da Misericórdia expressam nas artes – música, teatro, poesia, dança, pintura, escultura e artesanato – o Amor e a Misericórdia de Deus, tentando “imitar” a beleza dEle. A arte é um grande meio de evangelização, para anunciar o que Deus espera de nós: fazer com que a beleza viva no meio de seu povo.
Ser Artista da Misericórdia é ultrapassar os limites do palco, luz, aplausos e multidões e ir além. É entrar com humildade em todos os lugares onde há ovelhas que precisam ser cuidadas e resgatadas. Nossos artistas se expressam de um modo particular para os excluídos, moradores de rua, adolescentes da Fundação CASA (antiga Febem), presos, drogados, garotos (as) de programa, etc. para assim pescar almas para o Coração Misericordioso de Deus.
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O brilho da vida contemplativa resplandece com uma força particular na experiência dos membros da família Aliança de Misericórdia. A oração é a fonte da evangelização. A Eucaristia celebrada e adorada diariamente é, para nós, fonte e cume da nossa ação apostólica.
Para expressar a centralidade da oração e a prioridade da contemplação no nosso carisma, alguns de nós dedicam suas vidas à oração, como Adoradores da Divina Misericórdia. Somos chamados a expressar a Misericórdia do Pai através da nossa entrega na adoração e na intercessão pela Igreja, pela conversão dos pecadores e pela purificação das almas do purgatório.
Pela Adoração Eucarística, nossos corações se abrem para o sofrimento do mundo; pela intercessão, levamos a miséria e os gemidos da humanidade ao Coração do Pai; pela contemplação, cobrimos com a Misericórdia do Pai a miséria dos homens. Queremos proporcionar atendimento de oração aos que buscam cura e libertação e oferecer um espaço contemplativo para os que buscam, no silêncio e na oração, um encontro pessoal com o Deus Vivo.
Nos sonhos da Aliança de Misericórdia, está a criação do Santuário do Amor Misericordioso. Dali, como Adoradores, procuraremos irradiar o culto à Divina Misericórdia através da oração e do atendimento espiritual àqueles que virão beber desta fonte de salvação.
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Os Pastores da Divina Misericórdia: são padres, religiosos e religiosas, leigos e leigas engajados em diferentes pastorais, que sentem um chamado específico para buscar as ovelhas perdidas e levar o Amor Misericordioso do Senhor a pastorais das paróquias, dioceses e movimentos.
Por convite de Dom Gil Antônio Moreira, nosso pai espiritual, queremos que o Movimento tenha uma abrangência ecumênica. Os irmãos evangélicos são unidos a nós no anúncio do Cristo Jesus como único Senhor e Salvador dos que estão perdidos e vivem nas trevas e na sombra da morte. Focando no que nos une, queremos construir com eles pontes de fraternidade e de unidade, para que as obras concretas de Misericórdia se tornem ponto de convergência entre os cristãos.
Em um mundo que vive nas trevas, em uma sociedade cada vez mais mergulhada na morte do pecado, que a afasta de Deus, os Pastores anunciam a Misericórdia do Senhor como última tábua de Salvação que o Senhor oferece à humanidade.
Como sacerdotes, pastores, consagrados ou leigos, os Pastores da Misericórdia respiram essa espiritualidade e a projetam em toda iniciativa, assumindo a mesma missão revelada por Maria a Irmã Faustina: “Eu dei o Salvador ao mundo e, quanto a ti, deves falar ao mundo da Sua grande misericórdia, preparando-o para a Sua segunda vinda...” (Diário de Santa Faustina, n. 635).
Azul – Anunciadores da Misericórdia

Os Anunciadores da Misericórdia são evangelizadores, missionários itinerantes, livres para irem pregar e irradiar a Misericórdia de Deus até os últimos confins da terra: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).
São irmãos internos e externos movidos pelo Espírito Santo, que, como no Pentecostes, se infunde em abundância, e se sentem continuamente impelidos a anunciar aos pobres, espiritual e materialmente, a Boa Nova que transforma. Vivem a escolha da pobreza e se dedicam ao anúncio da Palavra. Não olham a miséria ou a riqueza aparente das pessoas, mas a pobreza que elas têm de Jesus, a fome da Sua Palavra: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou pela unção para evangelizar os pobres...” (Lc 4,18-19).
A escolha dos Anunciadores, como de todo o Movimento Aliança de Misericórdia, é a de evangelizar com os carismas, todos os carismas, usando as mais diversas possibilidades: canto, teatro, shows, palestras, missas, diálogos pessoais, comunicação de massa, orações, livros, etc.
Pobres de tudo, sua única riqueza está em Deus. Como Anunciadores, o desejo é tornar Jesus mais conhecido e mais amado por cada homem, gritando à humanidade para que todos possam experimentar o Pentecostes que nasce da Misericórdia de Jesus. É preciso mostrar ao mundo que somente o Espírito Santo pode mudar os corações das pessoas.
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O slogan Evangelizar para Transformar sintetiza o chamado da Aliança de Misericórdia, e deve ser também uma experiência viva na cultura, na economia e na política. O Evangelho gera uma novidade e uma transformação social, uma nova cultura e uma nova sociedade.
Onde não há transformação, não há verdadeira evangelização. Percebemos a pobreza espiritual como raiz de todas as outras pobrezas, e também que o Anúncio pode e quer transformar as estruturas sociais, além dos indivíduos. E isso só é possível pela força do Evangelho!
Os Construtores de Paz são pessoas que buscam viver este Amor evangélico de modo concreto, com gestos concretos. São pessoas que “saem de si mesmas” para caminhar em direção ao outro. Conscientes de sua pequenez, sabem que não podem ficar omissas diante da indiferença e manipulação do mundo atual.
Eles encontram na própria vida um instrumento de transformação da realidade. A paz renasce em seus corações e assim pode ser levada adiante nos gestos do dia-a-dia, no relacionamento familiar, no ambiente de trabalho. Toda a vida profissional ganha um novo olhar, um cunho de missão. Por esse sentimento único de colaborar pelo bem comum, buscam atingir todos os âmbitos da vida humana: a cultura, a política, a economia, a educação e a vida profissional.
Estes Construtores desejam sair da situação de isolamento em que se vive nas cidades para a aproximação ao outro, transformando angústias, sofrimentos e conflitos em situações de Amor.


Quando a Aliança de Misericórdia estava nascendo, em 2000, Deus nos deu um grande presente. Certo dia, um dos nossos sacerdotes foi procurado para visitar um jovem de 19 anos com câncer de pele desde um ano de idade. Paulo Roberto estava consumido pela doença, mas foi como encontrar um filho. Logo ele falou que seu sonho era oferecer a Deus seu sofrimento pela conversão dos pecadores, em especial dos jovens.
Sabia que muitos jovens trocavam a vida pelo pouco prazer que as drogas e os vícios oferecem. Sentiu que devia dar-se todo a Deus, consagrando-se para a salvação dos drogados, dos perdidos. Ficou claro para o Pe João Henrique que Deus confirmava este chamado para a nossa Família. Nasceram assim as Vítimas da Misericórdia, que oferecem seu sofrimento como holocausto de amor, para a salvação de todos.
Jesus, no Evangelho, ao chamar uma pessoa, lhe diz: “se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24b). Deus faz isto de forma especial com estas pérolas preciosas. As Vítimas vivem o sofrimento e olham para a própria doença como um dom, um carinho de Deus.
Sentem-se, no profundo do coração, chamados a participar das dores, das chagas redentoras de Jesus. E vivem tudo isso como um chamado único, particular, pois a oferenda de si mesmos torna-se um holocausto vivo, no qual se realizam as palavras de Jesus: “se o grão de trigo que cair na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto” (Jo 12,24).
O sofrimento de sua vida presente não tem proporção com a glória que experimentarão no encontro com o Pai.


Foto: Autor Desconhecido

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